“É preciso registrar, ainda, que a decisão do Banco Central brasileiro sequer parece encontrar respaldo nos dados apurados pela própria autoridade monetária, uma vez que de acordo com o relatório ‘O brasileiro e sua relação com o dinheiro’, publicado pela autarquia em 2018, 85% dos brasileiros costumam portar quantias inferiores a R$ 100 em dinheiro vivo”, observam as organizações.
O documento das entidades cita pesquisa de opinião pública com 1 mil entrevistados, feita nos dias 30 e 31 de julho pela Plano CDE, na qual se verificou que, a partir de R$ 20, os pagamentos eletrônicos já predominam e que o dinheiro em espécie é o meio mais utilizado apenas nas transações até R$ 10.
O levantamento identificou aumento do uso de pagamentos eletrônicos em todas as classes sociais durante a pandemia: 60% no total da população, 70% entre as classes AB e 52% no segmento CDE.
Em entrevista à CNN, o procurador da República Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, afirmou que, para os que “pretendem praticar crimes, lavagem de dinheiro, corrupção e aquele pessoal que transporta dinheiro ilícito em mochilas e malas, é muito mais fácil transportar cédulas de R$ 200”.
De acordo com a Casa da Moeda do Brasil, cada nota de real pesa 0,25 grama. “Assim, R$ 1 milhão em notas de R$ 100 pesam 2,5 kg. Em notas de R$ 50, duplica-se não apenas o peso, mas também o volume que a quantia ocupa”, alegam as organizações anticorrupção. Por analogia, a nota de R$ 200 reduziria à metade o peso de R$ 1 milhão em espécie.