Mediado por Giovani Saavedra, presidente do Instituto ARC e ESENI, o Painel TENDENCIAS CONTEMPORÂNEAS DE PREVENÇÃO À CORRUPÇÃO E COMPLIANCE trouxe à pauta um rico debate sobre os caminhos no Brasil nas práticas da implantação de ferramentas e programas de integridade e enfrentamento à corrupção.
A mesa virtual foi composta por Wagner Rosário, Ministro da Controladoria-Geral da União, Bruno Brandão, da Transparência Internacional no Brasil, Christian Lamboy, gerente de Governança Riscos e Compliance, Juliana Nascimento, do Compliance Women Committee e Reynaldo Goto, Chief Compliance Officer da BRF.
Altamente qualificado, o debate apresentou ao público o ponto de vista da sociedade, governo e iniciativa privada sobre a agenda da integridade e os caminhos do Brasil, medidas de prevenção à corrupção, transparência e também sobre a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD.
Bruno Brandão apresentou o ranking da transparência de estados, capitais e do governo federal, destacou o protagonismo dos Observatórios Sociais no monitoramento da transparência das compras do Covid-19 nos municípios onde estão presentes e enfatizou a importância da união de esforços pela causa da transparência e anticorrupção, causa de todos os brasileiros.
Reynaldo Goto, presença especial em todos os eventos do Sistema OSB e do Instituto ARC, comentou sobre a importância da utilização de estratégias, tanto no setor público, quanto privado, inclusive na detecção de fraudes como a ocorrida recentemente no programa de auxílio emergencial do Governo Federal, fazendo a analogia “detectar fraudes é como procurar agulha no palheiro, mas tendo um bom detector, se descobre”.
Christian de Lamboy, alemão residente no Brasil, compartilhou sua impressão de que os brasileiros imaginam ter um país pior do que realmente é, destacando que se deve considerar as conquistas já alcançadas pelo Brasil, não apenas o que ainda é preciso alcançar.
Na sua fala, Juliana Nascimento comentou a relevância da ética, integridade e transparência na economia, também falou que “neste momento de dificuldade em todos os contextos atuais, as implementações de ferramentas de compliance em favor da ética e da transparência não podem parar”.
Em sua fala de encerramento o Ministro Wagner Rosário comentou sobre a Lei Geral de Proteção de Dados, ponderou sobre se adotar uma postura inicial mais educativa, não punitiva, mencionou a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), agência do governo federal responsável pela fiscalização da lei, e disse “espero que ela procure entender as realidades da área pública e da área privada” para que a lei seja bem aplicada. Sugeriu aos profissionais que seguirem na área de proteção de dados que usem como referência a aplicação de leis estrangeiras similares para que se tenhamos, no Brasil, os melhores resultados possíveis. Finalizando, lembrou que o Governo Federal não investiu apenas em mecanismos de repressão à corrupção, mas em diversas áreas preventivas, pedindo o apoio da sociedade e frisou “… precisamos valorizar o avanço da implementação de planos de conformidade na Estrutura Pública Federal, mesmo em fases diferentes”.