MP e Observatório coletam assinaturas para projeto popular contra a corrupção

O trabalho prossegue durante toda semana, das 14 às 17 horas. A pessoa precisa estar munida do título de eleitor, CPF, RG, e endereço residencial

05 de agosto de 2015 15:00

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A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Observatório Social de Campo Mourão – PR (OSCM) iniciaram ontem, no calçadão da Avenida Capitão Índio Bandeira, área central da cidade, a coleta de assinaturas para criação do projeto de lei contra corrupção no Brasil. O trabalho prossegue durante toda semana, das 14 às 17 horas. A pessoa precisa estar munida do título de eleitor, CPF, RG, e endereço residencial.

O oficial da promotoria pública de Campo Mourão, Tássio Eduardo Denker explicou que a iniciativa surgiu após os procuradores da Operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras, empreiteiras e políticos, indicarem 10 medidas para tentar fechar o cerco contra a corrupção. “As medidas vão desde a prevenção, controle e a eficácia na parte punitiva”, disse.

Os interessados podem também se dirigir à sede do Ministério Público, na rua Harrison José Borges, 326 ou Observatório Social, localizado na Avenida Irmãos Pereira, 963 – Sala 18, em horário comercial para as assinaturas. A meta é que 1,5 milhão de assinaturas em todo o país sejam coletadas para que o projeto possa seguir para votação no Congresso Nacional.

Denker explicou que muitas pessoas estão elogiando a iniciativa. “Estamos tomando as rédeas de um projeto de lei. Não estamos só votando para escolher quem vai nos representar, mas sim participando ativamente de um projeto que pode se tornar uma lei, a exemplo do que está sendo a “Ficha Limpa”, que também é fruto de um projeto de iniciativa popular”, ressaltou.

O presidente do Observatório Social de Campo Mourão, Roberval Mello Rosseto comentou que este é o “melhor momento” para a população tentar um “basta” contra a corrupção. “Do jeito que está indo não dá mais para se fingir de cego, surdo, e mudo. A população é a maior ferramenta, não adianta só Ministério Público, Observatório, entre outras entidades trabalharem se o povo não comprar a ideia”, observou, cobrando para que a população “vista a camisa” quanto ao projeto. Rosseto acrescentou que ficou surpreso com a quantidade de pessoas que pararam ontem na barraca montada pelo MP em parceria com Observatório para deixar a assinatura. “Pela empolgação tenho certeza que vamos ultrapassar fácil o número de assinaturas”, espera.

Metas

Após estudos, o Ministério Público Federal (MPF) chegou a dez medidas que seriam efetivas para o combate à corrupção no País. Entre elas estão: a prevenção à corrupção; transparência e proteção à fonte das informações; criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos; aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores; aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal; celeridade nas ações de improbidade administrativa; reforma no sistema de prescrição penal; ajustes nas nulidades penais; responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2; prisão preventiva para evitar a dissipação do dinheiro desviado; e recuperação do lucro derivado do crime.

“Passou da hora do povo se ‘mexer’”, diz professor

O professor e administrador agropecuarista, Valdemar Frenerish, 61, deixou ontem sua assinatura em apoio ao projeto de lei contra corrupção. Ele disse que hoje retorna ao local para levar a esposa também. “Passou da hora do povo se mexer e fazer alguma coisa contra a corrupção. Esta é a hora”, ressaltou.

Para Valdemar Frenerish, a corrupção é o “um câncer que consome país”

Para Valdemar Frenerish, a corrupção é o “um câncer que consome país”

Frenerish se mostrou bastante preocupado com a corrupção nos mais altos escalões da política, envolvendo também empresários e outros segmentos. Em sua visão, a corrupção é o “um câncer que consome o país”. “Infelizmente acreditam na impunidade que os motivam para isso”,  criticou. “Quanta gente já morreu neste país pela falta de medicamento ou atendimento médico porque a verba para saúde foi desviada”, lamentou. Segundo ele, a nação precisa “dar um basta” na impunidade e à corrupção.

O comerciário Osni Moreira, 54 anos, é outro que assinou o abaixo-assinado apoiando o projeto. Bastante revoltado com os desvios da Petrobrás, ele disse que o brasileiro “já não suporta mais tanta corrupção”, principalmente na política. “É muito dinheiro levado por esses nossos políticos.
Temos que tomar uma atitude”, falou. Ele destacou a importância da participação popular no projeto. “Nós precisamos da justiça, mas a justiça também precisa do nosso apoio para ganhar mais força perante a essas barbaridades para que os culpados realmente paguem por seus atos”, ressaltou.

O projeto de lei de iniciativa popular é previsto na Constituição Federal, para assinar basta a pessoa ter em mãos o número do título de eleitor, CPF e o endereço. Para mais informações sobre o projeto, os interessados podem acessar o link: www.combateacorrupcao.mpf.mp.br/10-medidas

Por Walter Pereira
Via Tribuna do Interior

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