Ética, Integridade, são valores importantes quanto ao avanço da tecnologia?… Quando passamos a refletir sobre esta pergunta, dois pontos chamam atenção em relação à privacidade de dados: 1) como as plataformas de tecnologia e inteligência artificial desenvolvem seus algoritmos para que questões de valores sociais, respeito, privacidade de dados e checagem de informações sejam de fato considerados e 2) como as pessoas se utilizam dessas plataformas garantindo o reconhecimento e a propriedade intelectual, uso indevido de imagens, criação de conteúdos de pesquisa a partir de um humano e não criação 100% artificial (TCCs e afins), e o respeito coletivo quanto ao compartilhamento de informações falsas ou as populares “fake News”.
Partindo do princípio de que a IA (Inteligência Artificial) é uma criação e que, fria como tal, não avalia valores, devemos lembrar que ÉTICA é parte das relações sociais de seu criador: O HUMANO.
O homem cria ambientes, ferramentas, meios e pensamentos única e exclusivamente para ajustar seu comportamento individual e como esse indivíduo se relaciona no coletivo, portanto, podemos crer que o humano cria e se desenvolve para estar alinhado nas suas relações com outro humano.
Sendo a IA sua criação, meios e normas para que ela possa conviver com a sociedade serão necessários, para evitar desde compartilhamento indevido de imagens e a venda de banco de dados pessoais, até o desrespeito à propriedade intelectual na criação de imagens/textos sem permissão. Podemos ter um álbum musical com novas músicas e letras de um cantor falecido há 100 anos? Uma modelo de 1900 poderá ressurgir em uma campanha de moda como se aqui estivesse? Compartilhar uma foto de uma pessoa, editar e multiplicar na internet é ético?
Um exemplo normativo que talvez nos traga clareza da real necessidade de normatizar eticamente o uso da IA: o TRÂNSITO! Individualmente andamos em nossos veículos (meio = computador e aplicativos) e somos autorizados a partir de um documento pessoal chamada “carteira de habilitação” que nos pontua a cada infração (legalização e permissão como internet e contas de login) e andamos em pistas coletivas nas cidades e estradas (a internet). Ainda que individualmente precisemos compreender o importante papel “do outro” pois pedestres, veículos menores, sinalizações e limites de velocidade nos colocam a todo tempo em modo atenção para que possamos, de forma harmoniosa, viver coletivamente no trânsito, e, quando saímos do regulado somos punidos, a popular: multa! É com essa analogia que precisamos olhar para as tecnologias e entender a necessidade da regulação, da ética e integridade para o convívio coletivo no ambiente digital: O QUANTO O OUTRO IMPORTA.
Considerando essas reflexões, a leitura do importante relatório (2022) da UNESCO chamado: RECOMENDAÇÃO SOBRE A ÉTICA DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, deixamos abaixo como complemento, de modo a colaborar para o avanço na compreensão deste importante movimento da sociedade que é (em definitivo) passar a conviver com a IA de forma a lembrar que os humanos farão uso desta ferramenta e como qualquer ferramenta mal utilizada, o dano pode ser desastroso.
Ah, mas tem o outro lado! O quanto o avanço tecnológico já está beneficiando a ciência, a medicina, a indústria, os serviços, o empreendedorismo e a educação! Não há dúvidas quanto a isso e todos nós devemos estar antenados e saber tirar o melhor e ético proveito dessas “novidades”. Mas já é assunto para outro momento…
RECOMENDAÇÃO SOBRE A ÉTICA DA INTEIGÊNCIA ARTIFICIAL – UNESCO
LEIA AQUI:
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000381137_por