2º Fórum Transparência e Competitividade debate corrupção nas empresas

Temas como a adoção de ferramentas de compliance serão abordados pelos convidados. As inscrições já estão encerradas

02 de março de 2016 22:08

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Quais medidas são as mais eficazes para se combater a corrupção dentro das empresas? Qual o novo cenário – e mudanças – que a Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) trouxe ao país? Essas são algumas questões que serão debatidas no 2º Fórum Transparência e Competitividade, que acontece no dia 10 de março, promovido pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e pelo Centro Internacional de Atores Locais para a América Latina (CIFAL) Curitiba. Entre os palestrantes convidados, estão o jornalista William Waack e o juiz federal Sergio Moro, que encerra o evento, com a palestra “Corrupção, empresas e controle”. As inscrições já estão esgotadas.

Para o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, o combate à corrupção não se restringe a uma maior fiscalização e transparência nas ações do poder público. Ele exige que as empresas também tenham uma postura ética em seus negócios e implantem sistemas internos para identificar e combater eventuais práticas corruptas. “Contribuir com esse processo é uma prioridade para o Sistema Fiep e, por isso, pela segunda vez promovemos o Fórum Transparência e Competitividade, em parceria com o Cifal Curitiba”, diz.

Com foco no empresariado, a programação foi pensada justamente para debater e elucidar o setor privado sobre quais ferramentas e ações são mais eficientes no combate ao problema dentro das empresas, sobretudo, depois da Lei Anticorrupção ser sancionada em 2013. Com esse novo cenário criado no Brasil, passou a ser uma necessidade para as companhias ficarem atentas para minimizar os riscos de gestão, já que a Lei determina que empresas de todos os portes tenham processos de ética definidos, e sejam punidas caso se envolvam em atos de corrupção contra a administração pública. Se condenadas, essas empresas podem pagar multa de até 20% do faturamento.

Campagnolo afirma que esse é um passo importante para que o Brasil melhore seu ambiente de negócios. “Inúmeros estudos internacionais mostram que quanto menos corrupto é um país, mais elevados são seus indicadores de desenvolvimento econômico e social”, declara. Como exemplo, ele compara os resultados do Índice de Percepção da Corrupção, pesquisa realizada pela Transparência Internacional em 168 países, com os dados do Relatório Global de Competitividade, do Fórum Econômico Mundial, que analisa o ambiente de negócios em 140 nações. “O Brasil hoje é apenas o 75º país mais competitivo do mundo e é considerado o 76º mais corrupto. Ao mesmo tempo, países com baixos índices de corrupção, como Suíça, Cingapura, Alemanha e Holanda, entre outros, estão no topo do ranking da competitividade”, explica Campagnolo.

Programação

Para contribuir com o esforço do setor produtivo no combate à corrupção, temas como a adoção de ferramentas de compliance(conjunto de regras e políticas internas que pode ajudar a detectar inadequações em uma organização), serão abordados pelos convidados do 2º Fórum Transparência e Competitividade. A adoção desses códigos, que têm sido realizada inclusive por empresas de pequeno porte, pode ajudar não só a minimizar o risco de inadequações, como também contam pontos a favor em uma redução de pena em uma avaliação jurídica, por exemplo.

Após a abertura do Fórum acontece a palestra “A conjuntura e a corrupção no Brasil: quais são os impactos na competitividade das empresas?”, com o jornalista William Waack. Âncora do “Jornal da Globo” há 10 anos, professor da Universidade de São Paulo (USP)  e cientista político formado pela Universidade de Mainz, na Alemanha, Waack foi convidado para o Fórum por seu amplo conhecimento na área econômica. Em sua fala, ele passará basicamente por três temas: a economia, a competitividade e a corrupção.

Logo na sequência, Waack media um painel com o CEO da Siemens do Brasil, Paulo Stark,  e com o diretor jurídico da BASF Brasil, André Gustavo de Oliveira, que falará sobre “A gestão organizacional em face da corrupção”. Com o contexto do cenário econômico atual, Stark falará sobre gestão e como as empresas devem enfrentar o problema da corrupção. Às 17 horas, o Fórum traz uma mesa jurídica, “O sistema anticorrupção e a responsabilidade das empresas e gestores”, com o desembargador Edson Vidal Pinto e com Levi Ceregato, presidente da ABIGRAF. No debate, os convidados falarão sobre qual a responsabilidade do gestor em casos de corrupção nas empresas sob o ponto de vista jurídico, e suas consequências. Assuntos como punição, penalidade e delação premiada serão discutidos pelos especialistas.

Sergio Moro

Responsável pela Operação Lava Jato, o juiz federal Sergio Moro encerra o 2º Fórum Transparência e Competitividade, às 19 horas, com o tema “Corrupção, empresas e controle”. Por liderar um novo precedente no país e gerar reflexão sobre a responsabilização dos gestores, os participantes poderão ver qual é a visão do poder judiciário em relação ao tema, e o que Moro sugere para os empresários como ferramenta de controle.

Na palestra do juiz, serão priorizados os participantes que acompanharam o Fórum durante o período da tarde – para o restante dos inscritos, o auditório está sujeito à lotação por ordem de chegada.

O 2º Fórum Transparência e Competitividade tem o apoio da Unitar (United Nations Institute for Training and Research), Transparência Internacional, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Observatório Social do Brasil (OSB), ABIMCI, Instituto dos Advogados do Paraná (IAP), SIGEP, ABRIGRAF-PR e da OAB Paraná.

Confira a programação completa do 2º Fórum Transparência e Competitividade:

13h – Credenciamento

14h – Início do Fórum

15h – A conjuntura e a corrupção no Brasil: quais são os impactos na competitividade das empresas? Palestra com o jornalista William Waack.

16h – A gestão organizacional em face da corrupção. Paulo Stark, CEO da Siemens do Brasil e André Gustavo de Oliveira, diretor jurídico da BASF Brasil. Com a participação de William Waack.

17h – O sistema anticorrupção e a responsabilidade das empresas e gestores. Edson Vidal Pinto, desembargador, e Levi Ceregato, presidente da ABIGRAF.

18h – Intervalo

19h – Corrupção, empresas e controle. Palestra com o juiz federal Sergio Moro.

 

Serviço:

2º Fórum Transparência e Competitividade

Dia 10 de março, das 14h às 20 horas. Campus da Indústria do Sistema Fiep (Av. Comendador Franco, 1.341 – Jardim Botânico).

Informações: www.corrupcaocustacaro.org.br e imprensa@fiepr.org.br
As inscrições estão esgotadas.

Mantenedores

ObservatórioSocial do Brasil

O OSB é uma instituição não governamental, sem fins lucrativos, disseminadora de uma metodologia padronizada para a criação e atuação de uma rede de organizações democráticas e apartidárias do terceiro setor. O Sistema OSB é formado por voluntários engajados na causa da justiça social e contribui para a melhoria da gestão pública.

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