Satisfação de uns, decepção de outros

Enquanto os vereadores de Santo Antônio da Platina abdicavam do aumento de seus próprios salários a Câmara de Ponta Grossa decidia permanecer inchada

31 de julho de 2015 14:16

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No intervalo de menos de dez dias durante este mês de Julho, duas Câmaras Municipais do Paraná tomaram decisões diametralmente opostas. Enquanto Santo Antônio da Platina (S.A.P.) ganhava destaque nas manchetes dos jornais Brasil afora pela decisão dos vereadores de não aumentarem seus próprios salários e do prefeito e vice prefeito, a Câmara Municipal de Ponta Grossa decidia permanecer inchada com seus vinte e três vereadores. Comemorações em S.A.P e lamentações em P.G., onde entidades e populares se posicionaram pedindo aos vereadores que votassem favoravelmente à redução do número de cadeiras na Câmara.

Em S.A.P. os méritos foram atribuídos à pressão popular sobre os vereadores sob a liderança de uma empresária indignada com o projeto de lei que propunha o aumento salarial do Executivo e do Legislativo e conseguiu mobilizar a comunidade para comparecer na sessão e evitar a aprovação da lei, que seria desfavorável ao povo e favorável aos representantes do povo. O projeto previa o aumento do salário do prefeito de R$ 14,7 mil para R$ 22 mil e dos vereadores de R$ 3,7 mil para R$ 7,5 mil. Com a pressão contrária, os vereadores não só desistiram do aumento como aprovaram a redução dos salários em 2016. Decisão coerente em tempos de crise econômica. Onde já se viu propor dobrar salários em tempos de recessão. Parabéns ao povo de Santo Antônio da Platina que conseguiu impor sua vontade e evitar uma aberração.

Já em P.G. a Câmara Municipal ignorou a opinião popular majoritária e decidiu manter-se como vinte e três vereadores, a maior casa legislativa do interior do Paraná. A justificativa dada pelo principal defensor da manutenção do atual número foi de que “quanto mais, melhor, em nome da representação da cidade”. Concordo – em parte. Quanto mais QUALIDADE, melhor, independentemente da quantidade. Infelizmente os indicadores de desempenho da atividade legislativa do Observatório Social do Brasil / Campos Gerais, que é apoiado por várias entidades, demonstram que quantidade e qualidade não tem andado juntas na Câmara de Ponta Grossa. E a vontade popular favorável à redução do número de vereadores, demonstrada nas galerias da Câmara e no posicionamento de entidades como a ACIPG, também comprova isso.

Cabe ao menos agradecer e parabenizar aqueles vereadores que se posicionaram favoravelmente à proposta de redução, alguns dos quais têm demonstrado estarem realmente comprometidos com o interesse público e não com o interesse próprio.

Por Vander Della Coletta
Via Jornal da Manhã

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