Estudantes do PR recebem prêmio nacional do Observatório Social

Os alunos de colégios de Marechal Cândido Rondon desenvolveram projetos de combate à “corrupção do dia a dia”

25 de fevereiro de 2015 22:32

Seis estudantes de dois colégios de Marechal Cândido Rondon foram notícia no fim de semana, Brasil afora, ao serem premiados pelo Observatório Social por projetos de conscientização sobre a corrupção.

Tudo começou em 2014, quando o Observatório Social do Brasil (OSB) lançou a campanha “Cada brasileiro pode ser uma área livre de corrupção” seguindo as ações do movimento “Área livre de Corrupção”. Os projetos foram realizados inicialmente na fase municipal, sendo que os trabalhos de maior destaque concorreram às etapas estadual e nacional.

Dois trabalhos de alunos rondonenses, que têm entre 15 e 16 anos, ficaram com a 1ª e a 2ª colocação na etapa estadual, e com a 2ª e 3ª colocação no concurso nacional. Os projetos foram, respectivamente, um aplicativo de celular e um jogo de tabuleiro que tratam da corrupção no dia a dia e ensinam crianças e adolescentes que a corrupção pode causar prejuízos na escola, família, trabalho e até mesmo nas amizades.

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Os projetos dos estudantes do oeste paranaense foram destaque no concurso, que envolveu milhares de alunos em todo o país, 80 escolas e mais de cinco mil projetos, como detalhou o presidente do Observatório Social de Marechal Candido Rondon, Gelson dos Santos.

O aplicativo Conscientização Moderna foi produzido pelas alunas Ana Gabriela Manica Brod, Ana Thais Senger e Julia Dick e traz uma série de perguntas para identificar se quem responde pratica atos rotineiros de corrupção. Você fura fila? Colava nas provas?

Ana Gabriela Manica Brod, conta que a ideia surgiu porque a ferramenta está no dia-a-dia dos jovens e é algo inovador. “Como é um aplicativo de perguntas e respostas todo mundo pode entrar e jogar. A minha geração está sempre conectada, então uma forma simples e prática de discutirmos esse tema é através desse meio”, detalha Ana Gabriela, de 15 anos.

Por enquanto, o app está apenas no papel, mas a aluna espera que o projeto ganhe forma. “A corrupção é algo bem preocupante, porque isso pode interferir no futuro de toda a população. Hoje em dia, está faltando pessoas honestas. E se não conscientizarmos as crianças, não vai ser de uma hora para outra que uma pessoa será honesta”, argumenta.

Já o jogo de tabuleiro feito pelos alunos Gustavo Borchert, Alexandre Unfried e Marcelo Santos Moraes é baseado no tradicional Ludo, e deve ser usado como atividade para crianças que estão na quarta ou quinta-série do ensino fundamental. “Ao associarmos o jogo com o tema corrupção, crianças mais novas vão aprender que se fizerem coisas erradas, também serão prejudicadas. O jogo mostra que se o participante fizer a coisa certa, também pode ser vencedor”, argumenta Gustavo Borchert, de 16 anos.

A brincadeira aborda temas como corrupção política, corrupção entre as pessoas e até fraude de notas nas escolas. “Para montar o jogo, nós vimos algumas situações que acontecem na sociedade e fizemos a associação. Pesquisamos casos de corrupção em vários âmbitos e desenvolvemos as frases”, detalha o estudante.

As premiações foram entregues na noite do último dia 23, em evento realizado no Sesc de Marechal Cândido Rondon e conduzido pelo presidente do Observatório Social no município, Gelson Arlei dos Santos. A cerimônia ocorreu durante a prestação de contas da entidade e foi acompanhada por lideranças, estudantes, pais de alunos, professores e comunidade.

Os dois projetos devem ser desenvolvidos de fato em parceira com o Observatório Social do Brasil nos próximos meses e utilizados como ferramentas para conscientizar crianças e jovens sobre o combate à corrupção. “Estamos estruturando o projeto e vamos levar para possíveis patrocinadores. Queremos tornar essas ideias viáveis e colocá-las em execução”, promete a diretora executiva do OSB, Roni Enara Rodrigues.

A diretora diz que as ideias dos alunos paranaenses são transformadoras e podem ser multiplicadas. “Os jovens se interessam pelo assunto quando é abordado e discutido através de ferramentas que eles gostam. Com o jogo e aplicativo podemos mostrar aos adolescentes que eles precisam se preocupar com a escola e com a própria cidade”, explica.

Com informações da CBN Curitiba, G1 e Jornal O Presente

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