CNJ investiga suspeita de tráfico de influência na eleição do TC-PR

Conselho Nacional de Justiça apura denúncia de que o presidente do TJ, Clayton Camargo, estaria envolvido no caso. Filho dele, o deputado Fabio Camargo, é candidato ao Tribunal de Contas

03 de julho de 2013 16:53

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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu uma investigação para apurar a suspeita de que o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), desembargador Clayton Camargo, tenha praticado tráfico de influência no processo de escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná (TC). A investigação será conduzida pela corregedoria do órgão, presidida pelo ministro Francisco Falcão. A informação foi confirmada ontem à Gazeta do Povo pela assessoria do CNJ.

Clayton é pai do deputado estadual Fabio Camargo (PTB), que disputa a vaga de conselheiro do TC aberta com a aposentadoria de Hermas Brandão. Segundo uma fonte do CNJ, o procedimento é considerado “de rotina” e teve início a partir de notícias da imprensa. A previsão é de que a investigação seja concluída em até 60 dias. A eleição para o TC deve ser realizada pela Assembleia até o próximo dia 17, antes do recesso legislativo.

Investigações

Essa não é a primeira suspeita levantada recentemente pelo CNJ em relação à atuação do presidente do Tribunal de Justiça do Paraná. A corregedoria do Conselho também investiga Clayton Camargo e outro desembargador em um suposto esquema de venda de sentenças.

Segundo denúncia apurada pelo CNJ, os dois desembargadores paranaenses teriam participado de um esquema para beneficiar uma determinada parte em um processo que opõe um casal separado na disputa pela guarda dos filhos. No fim de abril, o corregedor do CNJ, Francisco Falcão, afirmou que a investigação seria feita com rigor, “doa a quem ­­doer”. Segundo o CNJ, a sindicância sobre o caso foi prorrogada e ainda não há prazo para a divulgação do relatório final.

Juízes da corregedoria do CNJ teriam ainda realizado uma busca na sede do TJ, na segunda semana de junho, segundo matéria divulgada pelo jornal O Estado de S.Paulo. De acordo com a reportagem, o CNJ teria decidido agir depois de investigação da Polícia Federal (PF) apontar envolvimento de desembargadores, juízes e servidores do Judiciário com uma máfia que manipularia a administração de processos de falências em todo o Paraná.

Deputado nega que seu pai interfira na escolha para o Tribunal de Contas

Filho do presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Clayton Camargo, o deputado estadual Fabio Camargo (PTB) enviou nota à reportagem negando que seu pai tenha interferido, de qualquer maneira, em favor da sua candidatura ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná (TC).

Diz a nota de Fabio Camargo: “Por óbvio, como o pai zeloso e presente que sempre foi, meu pai torce pelo meu sucesso, me incentivando a alcançá-lo. Assim foi em todas as eleições das quais participei. No entanto, de forma alguma, meu pai tem tido qualquer tipo de interferência para a escolha do próximo Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, cargo ao qual me inscrevi para concorrer. A participação do meu pai na aludida eleição é de mero espectador e torcedor”.

O deputado diz que concorre ao cargo, sem “qualquer vantagem escusa” sobre os demais concorrentes. Ainda por meio da nota, o deputado afirma: “(…) todas as medidas, sejam judiciais ou administrativas, propostas/interpostas contra mim e minha família, de forma persecutória, julgadas até agora, foram rejeitadas pelos órgãos competentes. E assim será com todas as outras que porventura ainda virão, porque somos honestos e inocentes, apenas exercemos nosso trabalho de maneira correta e destemida, atinja quem atingir, daí as consequências injustas”.

A Gazeta do Povo procurou a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ) para que o desembargador Clayton Camargo se pronunciasse sobre a investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas não obteve resposta até o fechamento da edição (23 horas). Também tentou, sem sucesso, contato com o desembargador pelo seu telefone celular.

Disputa à vaga de conselheiro tem recorde de 45 concorrentes

Euclides Lucas Garcia

Ao final do prazo para inscrições na Assembleia Legislativa do Paraná, ontem, 45 pessoas se inscreveram para concorrer ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná (TC). O número recorde é uma clara demonstração de descontentamento da população com o modelo de nomeação dos conselheiros. Apesar disso, os próprios deputados admitem que o eleito deve ser um parlamentar: Fabio Camargo (PTB) ou Plauto Miró (DEM). Agora, uma comissão vai avaliar os nomes dos candidatos antes da votação, que deve ocorrer daqui a duas semanas.

Veja quem se inscreveu para a disputa: Plauto Miró (deputado), Fabio Camargo (deputado), Prescila Francioli (advogada), Jorge Luiz Zuch (contador), Maurício Bastos (professor), Roberto Bohlen Seleme (engenheiro e professor), Flávia Freire (policial civil), Erli de Pádua Ribeiro (administrador e pedagogo), Eduardo Kardush (professor), Vorni Rogério Ferreira (advogado), Jozelia Nogueira (procuradora do Estado), Amaury José Soares (advogado da União), Edson Navarro Tasso (auditor do TC), Rubens Hering (técnico contábil), Daniel Ferreira (advogado), Sérgio Augusto Kalil (professor da UFPR), Sérgio Luiz Libel (contador e representante comercial), Tarso Cabral Violin (advogado), Francisco de Assis Inocêncio, Carlos Alberto Macedo (economista e assessor do Tecpar), Cristiano Niemeyer (engenheiro civil e bacharel em Direito), Bruno Maurizzio Tosin (graduado em tecnologia mecânica), Ivonei Niasi (advogado), Luciano Pedreira Mewes (advogado), Joel Cordeiro (vereador em Colombo), Maria Dolores Alves (agente delegada do Serviço Distrital de Cruzeiro do Norte), Audsrey Manzanatti Bornia (advogado), Sílvia Kasmirski (Ciências Contábeis), Alexandre dos Santos (Ciências Contábeis), Marlus Vinicius Forigo (filósofo e cientista político), Adriene Leite Aschembrener (contadora e profissional liberal), Henderson Flávio Raimundo, Cleís Maria Heim Weber (advogada), Andreia Ricetti Bueno Fusculim, Melissa Folmann (advogada), Zoraide Piemonte de Oliveira (contadora do Ministério Público), Luiz Guilhermino Rorato, Beatriz Soek Pepes Athanasio, Rosane de Oliveira Couso, Antonio Spolador Jr., Paulo Roberto Drabik, Antonio Gonçalves de Oliveira, Eliana Carvalho dos Santos, Max Schrappe e Silvana do Rocio Geara.

 

Via Gazeta do Povo

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